terça-feira, 27 de maio de 2008

Frieza e Marxismo

A Pós-Modernidade lança uma maldição: uma chuva de gelo nos corações das pessoas. E é incrível quando notamos que também estamos assim. É algo triste, melancólico, uma finalidade sem fim. Uma obra de arte ao avesso, o indivíduo pós-moderno. Abandona seus laços, suas raízes, suas vestes. Deleita-se em jornais entre cadeiras reviradas em uma calçada. Não enxerga mais ninguém. Não dá valor à nada, nem à si mesmo. Perambula por um objetivo que nunca chega, por vontades momentâneas nunca saciadas, e a vida passa. Passam os anos, passam as pessoas, morrem as pessoas. Morrem as pessoas. Morrem as pessoas. Morrem. Morrem. E não resta nada a não ser cinzas de inverno. É o aquecimento global. É o frio. É o descaso. Sou eu, descalço, brincando de patinar no gelo, à beira de um precipício. É você, um precipício humano, a me esperar, pra que juntos possamos nos encontrar na eternidade, sem nunca completarmos nem contemplarmos um ao outro. É a mãe natureza, clamando para ser vista, mas seus filhos pisam, pisam, pisam e pisoteiam, eiam, eam eiameiameiameiameiameiameinteiramente. É um mundo com paredes de lajotas que não deixam brechas. Não há escapatória, quer dizer há, mas cala a boca, eu não quero saber! Quero que tudo dê errado no fim! Quero acumular munição durante toda uma vida, pra que no final tudo se volte contra mim em forma de arrependimento! ...
Aprendemos a viver errado. Nos obrigamos a viver errado. A vida é errada, tá tudo, tudo errado! Não devaria ser assim! Deveria aparecer uma doença, uma greve de ônibus, um estado de calamidade, uma emergência qualquer que converta tudo o que é normal em anormal, porque só assim, só assim, pode-se reverter alguma coisa, nem que seja por alguns instantes, e, então, poder perceber po quanto o habitual, o banal, o normal, enfim, a vida, o quanto tudo isso é tão, tão, mas tão errado.

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