As moléculas vibram, nervosas, com o fogo que desce dos céus, diariamente, em prenúncias cotidianas do Apocalipse. As nuvens se abrem, e mil demônios de lava aterrisam na superfície flamejante da cidade, agarrando-se ferozmente nos corpos suados dos transeuntes. Pobres infelizes! O incêndio invade as veias, contamina o sangue, os órgãos, o cérebro. Arranca do coração o amor. O calor não é humano. Ele maltrata, debilita, desabilita. Destrói.
Ó, ar-condicionado! Soprai por nós!
(Por Haroldo França)
2 comentários:
O calor daí não é demoníaco! rs...
Deve haver outra explicação.
Oh calorzinho infernal, ainda mais em um ônibus lotado na hora do rush!
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