quinta-feira, 22 de maio de 2008

Evolução

Um certo macaco, a milênios antes de nós, chegou a dizer: Vá tomar banho, criança! Quantas vezes vou ter que repetir? Uma? Trinta e três? Quarenta e cinco mil? Novecentos e trinta e sete vírgula nove meia dois? Ou seria uma questão não de números, mas de vogais, como iaeio, ou uiaoe? Para sua informação, eu já inventei as consoantes: são @%#¨$* e &. Meu querido, não fique zangado, mas em certos momentos, precisamos falar duro com você. Você precisa pentear os pêlos da consciência, e fazer tranças na honestidade. Seu rabo está maior que nunca, daqui a pouco vai tocar a lua! Meu filho, ninguém ensinou você a ir tão longe! Por que és assim? Me diga! Hein? Eu já não sei o que eu faço contigo, seu transgressor da matéria e de todos os elementos da mais pura e dócil realidade que nos cerca através do amor! O amor! E sou capaz de repetir ainda: o amor! Você deveria aprender com nossas parentes, as abelhas. Pois ela sabem lidar com os sentimentos. Nunca se envolvem com os homens, são todas lésbicas. Você deveria ser assim também, meu filho. Você deveria ser lésbica. A opção sexual do futuro reside na universidade mais próxima de você. Depois de dizer isso, nosso amigo Gorila Shun Peddy Siri cometeu um bárbaro suicídio, um suicídio em massa, um etnocídio, um genocídio, um antropocídio, um shunpeddycídio. Seu sangue escorreu pelas vísceras das calçadas da época - quando os vizinhos ainda colocavam cadeiras no meio da rua, para protestar contra a revolução automobilística - e chegaram aos esgotos, até que os ratos se tornaram radioativos, e, evoluíram, até se tornar o melhor amigo de um bicho, que hoje em dia, costuma dizer por aí que é racional.

Nenhum comentário: