terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Balão

por Delianne Lima

Agora chove. Chove todos os dias. Chove a distância nos meus olhos. Chove você nos meus sonhos. Só em sonhos. Você é o meu sonho. Inalcansável, inalcansável. Rápidos como balas mortais que me fazem acordar com os olhos e o coração marejados. Queria tanto um abraço teu.

Te esquecer? Não é possível, já tentei mais de milhões de vezes. Você quer e não quer. Me quer, não me querendo. Quer meus sonhos insolentes, meus olhares teus. Meus olhares são teus. Quando te vejo, perco o equilíbrio dos meus pés no chão.

Você enche o balão de ar. Enche, enche pra então passar a vê-lo flutuar sem destino, sem controle. Não te importa. Você só acha bonito vê-lo subir. Mesmo que seja pra longe de você. Ele sobe, subo, sabe. Até estourar e cair no chão. Ele sangra por todos os poros, sangra em choro, em flor. À flor da pele. Sangra, mas nunca morre, o desgraçado. Está destinado a sangrar até o infinito, ou até decidires dizer sim ou não.

(suspiro)