quarta-feira, 27 de julho de 2016

Dona Olga



O ônibus não passava. Já fazia meia hora e nem sinal. Pensei em ir para a outra parada, a da avenida, mas meu sentido místico não me permitia. Sabia que assim que saísse dali o ônibus chegaria.



Resolvi esperar mais uns minutos.



Quando dei por mim, senti uma mão delicada no meu ombro: era uma pequena senhora, devia ter uns setenta ou oitenta anos. Aquele sorriso acompanhado de grandes óculos e uma penugem que mais parecia lã de ovelha me transmitiam uma energia tão boa que nem sabia explicar.



- Olá, você sabe se aqui passa o Alto Florida?

- Passa sim. Passou um agorinha mesmo - respondi.

- Poxa vida, quase que consigo pegá-lo!

E deu um sorriso maroto. Logo depois disso, ficamos conversando amenidades, como velhas comadres até que a simpática senhorinha me perguntou: "Estou indo ao museu, quer ir comigo?". Fiquei assustada com o convite assim, de supetão, mas aceitei.



Nesse dia ganhei uma avó.