segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O grande filho da puta

O filho da puta, o maior de todos, aquele que é o verdadeiro grande filho da puta não é aquele sujeito que quando você passa na rua te olha como se você fosse um pedaço de carne no açougue e se arde todo como se estivesse gozando só de imaginar você nua.
O grande filho da puta, o pai de todos os outros, não é o cara que te chama de gostosa, que te enche o saco até você dar o telefone pra ele jurando que você possa algum dia ficar a fim de um tipo desesperado como este.
O grande filho da puta é aquele que te diz que você é única e que mesmo assim não se apaixona por você. É aquele que diz que você é inteligente, bonita, mas mesmo assim não fica a fim de você, mas idolatra uma outra que ta cagando e andando pra ele.
Com este filho da puta você é capaz de amanhecer batendo papo, de compartilhar risadas, de compartilhar confissões, de ter momentos especiais sem que você se torne amorosamente especial para ele.
Este sacana é aquele cara bonito, inteligente, que te escuta, te apóia, te diz que as coisas vão melhorar, que te faz perceber que ainda existem caras legais no mundo. Mas esse filho da puta, no final das contas, te vê como amiga e se interessa por outra menina, uma certamente menos única do que você.
Esse filho da puta constrói uma relação verdadeira contigo, do tipo sinceridade total, e então, este maravilhoso filho da puta tão honesto é capaz de falar na tua cara que tá ficando com uma outra garota minutos antes de vocês transarem. Dizer isso é algo bem natural pra ele, uma vez que, segundo ele próprio, ele já te contou tudo sobre a vida dele, e além de tudo, lembremo-nos, temos uma relação baseada na verdade, não é mesmo?
Então o filho da puta chega um dia, menos de uma semana depois de vocês terem transado (o mesmo dia no qual ele disse que não queria se envolver com ninguém), e diz: “eu tenho que te contar uma coisa: eu tô namorando”.
E mais uma vez na sua vida você sente aquele soco no estômago, aquela sensação de que se está fudida, já que até o cara que você julgava parecido contigo não te quer, é porque ninguém vai mais querer.
E eu não digo nada, não tenho palavras, nada pra dizer.
Não se pode gostar de alguém por obrigação, se o gostar não acontece, existe uma palavra pra isso? Eu não encontrei.

Um comentário:

Anônimo disse...

E eu acho que eles não são paridos, são chocados. porque se reproduzem em tal velocidade que chega a ser impressionante. Diferentemente de nós, que acreditamos neles, não são tão únicos assim.

Carol