-Ora, pois veja você! Olhe só essa sua vagina! É tal qual mariscos bélicos, é tal qual suprimento gélido, é tal qual beringela hidratante, é tal qual ardor de desodorante...
-Cale essa boca, lânguida avestruz! Não me obrigue a tomar atitudes sérias e preventivas contra o câncer de mama.
-Boquete.
-Como disse?
-Boquete! Boquete! É isso mesmo o que você está ouvindo!
-Ora, mas não entendo! Não consigo compreender!
-Sexo oral!
-Oh, como ousas! Vem comigo! Abre minha geladeira, e te convidarei para um brinde.
-Do que estás falando, Carlota?
-Ora, meu querido, não me venha com essa! Ouviu bem? Não me venha com essa, e mais essa, e mais essa! E nem com aquela, aquela outra, aquela outra da outra da outra da outridade de alguém!
-Sua proposta me parece interessante. Entre em detalhes.
-Ontem, eu tava em casa, né, aí a campainha tocou. Aí eu fui atender né, pensei: Nossa, mas como assim, uma visita, a essa hora da madrugada, em plena Rodovia dos Maracujás. Pois menino, quando abri a porta, tive que segurar meus queixos. Todas minhas juntas, todas minhas articulações puseram-se a tremer. A pessoa que tocara a campainha era nada menos que uma velha que usava top de cotton!
-Mas que absurdo! Que violento, grotesco e infiel absurdo! minha nossa...
-E calma aí, calma aí, meu filho, que eu estou só começando! Adivinha o que tinha atrás da velha?
-Um velho?
-Não! Algo extraordinário! Era um carregamento de maracujás!
-Que extraordinário!
-Minha geladeira está cheia deles. Vamos tomar um suco?
-Opa, demorou.
-Então vamos!
-Mas peraí!
-O que foi?
-E o Rum?
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