domingo, 9 de novembro de 2008

Palavra

- Estás usando a palavra, estás usando!

- Eu não tenho culpa, tenho que dizer.

- Não, não. NÃO! Não quero ouvir.

- Mas porque? É o que eu sinto.

- É o que eu odeio. É o que eu sempre não quis ter.

- Não faça isso.

- Faço sim, a culpa é tua, toda tua.

- Não te entendo.

- Acho que nunca vais entender.

- Não vou mais dizer nada, só queria que amargasses essa frescura dos teus pensamentos impróprios. Fazer o que, né. És completamente estúpido, ignóbil.

- Ah, melhor saíres da minha frente, petrificado. Senão te petrificarei.

- O que? Haha. Tenho pena de ti, ser espalhafatoso.

- Me peita, me peita então! Pensa que eu não sei, é? Fazes de conta que não és uma galinha, mas morres de medo.

- Eeeu? Medo? Vai te fuder, ó santo estúpido. Vamos rir juntos da tua tristeza plena.

- Eu não, prefiro te massacrar com meus olhos. Minhas mãos já cansaram de te bater, agora só vou te perfurar com as minhas palavras de sangue, amigo. Agüentas esse olhar, hein? Agüentas?

- Eu te amo.

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