quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Que rufem os tambores!

Um, dois, três! Um, dois, três! Se inicia agora a grande marcha celestial fúnebre em nome do desabafo! Saia já da minha frente, velhaco, antes que meus corvos arranquem seus olhos, e os lobos do norte venham mastigar a carne apodrecida dos teus joelhos! E cale já essa boca! Não ouse dizer nem mais uma palavra. Não preciso te consultar, não preciso concordar com absolutamente nada, nada que dizes. Guarde suas opiniões para si, somente para si, e as engula a seco, pela boca de teu rabo!

Espere! Espere só um segundo. Não vá embora, ainda. Não caçoei o suficiente de ti. Ainda preciso te ridicularizar muito, muito mais. Vejam! Vejam todos! Vejam só o que tem nos ombros desse homem! Hahaha, não é engraçado? Magnífico! Esse homem carrega nos ombros todas as dores que pode carregar um ser humano! Todo o peso desse espírito corroído deve evacuar pelas valas cândidas desta rua! Vamos, todos, vamos caçoar desse imundo, dessa corja individual, deste pedaço da nada! Sinta o peso desse corpo entortecido, entorpecido, e caia de uma vez, esfregando essa língua suja nas pedrinhas e minhocas dessa rua!

Não, não vá embora! Ainda não terminei! Estamos só começando! Agora é hora de partir para a agressão física! Venham todos! Vamos sentir, que delícia, o prazer da covardia vingativa! Que maravilha! Puxem todos suas armas: facas, pedras, espingardas, qualquer coisa serve! Mas antes de tudo, eu começarei com o primeiro golpe. Aquele, o mais potente, surdo e devastador de todos. A palavra.

-Viadinho

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