tag:blogger.com,1999:blog-56726669790205231122024-02-20T06:37:18.099-08:00EscorrendoEnsaios de desconstrução discursiva.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.comBlogger170125tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-53870786127752808352018-10-20T17:09:00.001-07:002018-10-22T19:34:52.127-07:00Quem abriu a caixinhaUma caixinha.<br />
Dentro dela, o reencontro.<br />
O eu.<br />
Aquele amor, que ficou lá atrás.<br />
A casa da minha avó.<br />
A vontade de ir até a casa da minha avó.<br />
O retorno até a sensação de ter vontade de ir até a casa da minha avó.<br />
A voz da minha mãe.<br />
O amparo do útero.<br />
<br />
Uma caixinha.<br />
Dentro dela, tudo.<br />
Meu pai embalando a rede.<br />
A rede mergulhando até os peixes.<br />
O peixe, servido para o almoço.<br />
<br />
Uma caixinha.<br />
Dentro, as pessoas da família mastigando.<br />
Meu avô mastigando de boca aberta.<br />
Meu avô babando.<br />
<br />
Uma caixinha.<br />
A baba do meu avô.<br />
Derrame.<br />
Uma bíblia.<br />
<br />
Eu não sei quando a caixinha se abriu.<br />
Capítulos e versículos formando legendas em todas as direções.<br />
Chiado, chuvisco. Mal sintonizado.<br />
<br />
A caixinha.<br />
A propaganda eleitoral atravessando os canais.<br />
Os seus dentes atravessando todos os canais.<br />
Demônios fogem da tela.<br />
A escuridão eletrônica.<br />
Correntes elétricas mobilizando pastores a conduzirem seus rebanhos de demônios em direção ao abismo.<br />
Demônios voando.<br />
<br />
Minha avó passeia de bicicleta nas nuvens.<br />
Uma caixinha.<br />
Sem fundo.<br />
Sem chão.<br />
<br />
Palavras não mais se reconhecem.<br />
Palavras em crise, consolando-se umas às outras.<br />
Palavras-canhão.<br />
Palavras-bomba.<br />
Palavras sem cor nem cheiro nem textura nem valor nem pai nem mãe.<br />
<br />
Palavras se atirando no abismo.<br />
Sem fundo.<br />
<br />
Uma caixinha.<br />
Uma notificação.<br />
Modo avião.<br />
Sem palavras.<br />
Voando.<br />
Bicicleta.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-88977549240912505232017-07-31T19:01:00.003-07:002017-07-31T19:01:22.656-07:00EstranhaDuas da tarde. Um ponto de ônibus. Duas mulheres. Uma jovem e uma velha. Apenas duas mulheres, num ponto de ônibus no meio do nada, em uma gigantesca estrada vazia, onde o sol fazia tudo parecer de um brilho incômodo aos olhos.<br />
<br />
A mais velha usava colírio, e a mais nova, óculos escuros.<br />
<br />
Duas mulheres absolutamente estranhas uma para a outra.<br />
<br />
Por ser domingo, o ônibus demorava mais que o normal, e nenhuma das duas tinha condições de pegar um Uber. Na verdade, a mais velha ainda não sabia o que é Uber, mas se pudesse, chamaria um taxi. Ou um mototaxi. Quem sabe até um bicitaxi ou taxicleta, como chamavam no interior do Piauí, onde morou por alguns anos, onde hoje existe Uber bike. Mas não havia dinheiro para nenhuma das opções anteriores, e, pensando bem, o ponto de ônibus até que estava interessante.<br />
<br />
A mulher mais nova tinha um nariz que muito lembrava o de seu marido. O marido da velha, no caso. A velha não ficou em paz com esse nariz. Ela estava viúva. Havia um dia. Esse nariz provocou um misto de agonia, saudade e excitação. “Certamente, um nariz piauiense”, disse para si mesma. E o desvio de septo tinha um charme particular que muito lembrava o falecido.<br />
<br />
Então, pensou em meter o seu nariz, quer dizer, fazer algo para se aproximar da moça, embora não soubesse exatamente até que ponto queria chegar. Nunca foi lésbica, mas aquilo era diferente. “Não vou olhar muito”, pensou. “Ela pode perceber”.<br />
<br />
A mais nova, por outro lado, simpatizou com a velha. Por trás das lentes escuras, percebeu o olhar nada discreto da outra. Nunca teve problema em se relacionar com outras mulheres. Nem com velhas. Na verdade, dependendo do pagamento, não havia problema em se relacionar com ninguém. Mas olhar daquela senhora em sua direção tinha algo de diferente. Era um olhar que a fazia se sentir, de certa forma, especial. Como se houvesse algo em seu rosto digno de grande atenção.<br />
<br />
A velha, não sabendo o que fazer, pensou em tocá-la, mas isso seria muito invasivo. Cogitou, então, simular uma queda para ser socorrida por ela antes de chegar ao chão, mas pensou que talvez ela fosse indiferente, o que seria muito arriscado, levando em conta a osteoporose. Por último, pensou em pedir ajuda para atravessar a rua, mas isso não faria sentido, já que o ônibus não passava do outro lado.<br />
<br />
“Aqui que passa o ônibus pro centro?” – A mais nova foi quem tomou a atitude de aproximação. Bastaram dois minutos pra que elas deixassem de ser estranhas, e bastou um ônibus passar pra que elas nunca mais se vissem.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-561932350627888532017-01-11T17:16:00.000-08:002017-01-11T17:16:07.177-08:00Movimento fogo <span style="font-family: 'Default Sans Serif', Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; widows: 2;">O corpo bicicleta. O corpo rasga vento. O rosto ardor. O sol céu. Céu sol céu. Os pensamentos céu. Sol cabeça. A paisagem mental. O medo e a adrenalina. O GPS, o engano. A voz autômata mentira, os ciclos círculos, as voltas voltas. As pessoas. As piscinas. A fumaça, a fumaça. As curvas nuas. Ruas. A insistência. Sei lá pelo que. O risco. O espírito aventura. O exorcismo. A ponte. O corpo não lugar. Flutua. </span><span style="font-family: 'Default Sans Serif', Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; widows: 2;">Farol arde. Pele muda cor. </span><span style="font-family: 'Default Sans Serif', Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; widows: 2;">Pedal passarinho. Rodas nuvens. Estratosfera. Completo vazio.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-42539309808748600812016-09-29T19:25:00.001-07:002016-09-29T19:25:22.875-07:00CrenteHá um vírus<br />
morando aqui<br />
<br />
Implantado<br />
num coração bebê<br />
<br />
Que cresceu<br />
Se tornando algo<br />
<br />
Que se imagina alguém<br />
Que olha pro coração<br />
<br />
E vê<br />
um vírus<br />
implantado<br />
morando aqui<br />
<br />
<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-43811550400932740252016-09-13T18:00:00.000-07:002016-09-13T18:14:03.977-07:00WTF<div>
Eva e Adão viviam nus: assim está escrito. Até que os dois comeram a famosa fruta, e então, ops!, perceberam que estavam nus. Essa é a minha parte preferida: a percepção da nudez. E daí que estavam nus? Imagino que se eu nascesse (ou surgisse do barro) em um lugar onde a roupa ainda não foi inventada, cercado por outros bichos que também andam pelados, estaria bem ok com isso.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Só que não. Quando "perceberam" que estavam nus, "meu Deus!", eles se tamparam, e assim estamos até hoje: vestidos. Esse é o legado de Eva e Adão: a invenção da roupa. Não conheço, particularmente, outra narrativa mitológica que dê conta de explicar exatamente isso: por que o ser humano se veste? Assim como o homem é o único animal que ri, é o único que fica pelado (porque os outros simplesmente o são). Então é isso que significa ser racional? Ah tá.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
A região do ventre guarda o "baixo corporal", responsável pela excreção do "lixo" que o corpo produz (a morte), e ao mesmo tempo onde se encontram os órgãos genitais, responsáveis pela reprodução (a vida) e pelo prazer sexual, que também é uma PUTA necessidade fisiológica (Bakhtin, 1987).</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Por algum motivo, sentimos vergonha disso. Não é que sintamos vergonha especificamente daquilo que nos dá prazer, nem daquilo que é por onde saem as excreções, nem daquilo que é responsável pela procriação. Sentimos vergonha desse "combo" vida-morte-prazer.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Desde a Idade Média até hoje, a topografia corporal é rebaixada do "céu" (a cabeça, onde estão as idéias e a razão) à "terra" (o ventre, onde são enterrados os mortos e de onde surge a vida) em expressões como "vai se foder","vai cagar", "levou uma mijada", "filho da puta", "caralho", "escroto", "buceta", etc, que são considerados "palavrões". Tais expressões não devem ser ditas, e sim mantidas guardadas na cueca, calcinha e sutiã. Enquanto isso, os cachorros se cumprimentam cheirando o cu. Wtf?</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Feitas essas considerações, só posso tirar duas conclusões:</div>
<div>
<br /></div>
<div>
1. Se Eva e Adão não tivessem comido a fruta, hoje em dia mandaríamos todo mundo se foder e todo mundo estaria de boa com isso.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
2. O ser humano tem vergonha de ser animal.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-43749534322227069872016-07-27T18:49:00.003-07:002016-07-27T19:26:34.925-07:00Dona Olga<!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #666666;"><span lang="EN-US" style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: 12pt;">O
ônibus não passava. Já fazia meia hora e nem sinal. Pensei em ir para a outra
parada, a da avenida, mas meu sentido místico não me permitia. Sabia que assim
que saísse dali o ônibus chegaria.</span></span></div>
<span style="color: #666666;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="color: #666666;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #666666;"><span lang="EN-US" style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: 12pt;">Resolvi
esperar mais uns minutos.</span></span></div>
<span style="color: #666666;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="color: #666666;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #666666;"><span lang="EN-US" style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: 12pt;">Quando
dei por mim, senti uma mão delicada no meu ombro: era uma pequena senhora,
devia ter uns setenta ou oitenta anos. Aquele sorriso acompanhado de grandes
óculos e uma penugem que mais parecia lã de ovelha me transmitiam uma energia
tão boa que nem sabia explicar.</span></span></div>
<span style="color: #666666;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="color: #666666;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #666666;"><span lang="EN-US" style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: 12pt;">-
Olá, você sabe se aqui passa o Alto Florida? </span></span></div>
<span style="color: #666666;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #666666;"><span lang="EN-US" style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: 12pt;">-
Passa sim. Passou um agorinha mesmo - respondi.</span></span></div>
<span style="color: #666666;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #666666;"><span lang="EN-US" style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: 12pt;">-
Poxa vida, quase que consigo pegá-lo!</span></span><br />
</div>
<span style="color: #666666;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #666666;"><span lang="EN-US" style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: 12pt;">E deu
um sorriso maroto. Logo depois disso, ficamos conversando amenidades, como
velhas comadres até que a simpática senhorinha me perguntou: "Estou indo
ao museu, quer ir comigo?". Fiquei assustada com o convite assim, de
supetão, mas aceitei.</span></span></div>
<span style="color: #666666;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="color: #666666;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #666666;"><span lang="EN-US" style="font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; font-size: 12pt;">Nesse
dia ganhei uma avó.</span></span></div>
delianne limahttp://www.blogger.com/profile/13891253176925196845noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-11251102090957622282016-04-27T08:20:00.000-07:002016-04-27T08:29:08.292-07:00DEDICATÓRIA e AGRADECIMENTOS<div class="post-body entry-content" id="post-body-4899085207945533547" itemprop="description articleBody" style="position: relative; width: 500px;">
<blockquote class="tr_bq" style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 23.1px; text-align: right; text-indent: 20pt;">
<i>Como parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Bernard Freire, no curso de Licenciatura Plena em Teatro, da UFPA.</i></blockquote>
<div class="MsoNormal" style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 23.1px; text-align: justify; text-indent: 20pt;">
<span style="font-size: 15.4px; line-height: 23.1px; text-indent: 20pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 23.1px; text-align: justify; text-indent: 20pt;">
<span style="font-size: 15.4px; line-height: 23.1px; text-indent: 20pt;">Dedicado: ...à Deus, a imaginação e ao mundo.</span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 23.1px; text-indent: 20pt;">
<span style="line-height: 23.1px;">Agradecimentos: ao casulo da família, ao meu pensamento artístico por vocação, aos lugares artísticos: antigo grupo de teatro e coro cênico da UNAMA, A Casa da Atriz, A Casa Dirigível, as ruas e calçadas e aos pontos de arte e comunicação de saber, aos grupos e extensões que me direcionaram a esse fazer teatral. A turma de Teatro 2012 (Travestruzes, Disney, Ratas); aos coletivos: ENECOS e Vamos à Luta; aos amigos artistas dessa cidade de Belém. Aos amigos: Tiago Júlio, Cléber Cajun, Mônica Gouveia, Rogério Guimarães, Adriano Abbade, Raynéia Machado, Júlio Miragaia, Evelyn Loyla. A toda forma de se viver nesse mundo, aos passos lentos, as ocupações, aos livros, as rodas de conversas nos bares, ao silêncio sonoro, aos momentos de produção e conhecimento de cada tempo, a juventude, as artes invisíveis, aos projetos que apareceram nesses anos de curso, ao ENEARTE, as aventuras que se tornaram histórias memoráveis. A Magaly Caldas pelo companheirismo, ensinamento e ideias sobre a geografia do mundo. As raízes de pensamentos que se firmaram nos caminhos da pesquisa. Aos blogs:</span></div>
</div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;">Caled Garcês - <a href="http://caledgarces.webnode.com.br/" style="color: #990000; text-decoration: none;">http://caledgarces.webnode.com.br/</a></span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;">Valéria Lima - <a href="http://construcaoteatral.blogspot.com.br/" style="color: #990000; text-decoration: none;">http://construcaoteatral.blogspot.com.br/</a></span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;">Delianne Lima - <a href="http://escorrendo.blogspot.com.br/" style="color: #990000; text-decoration: none;">http://escorrendo.blogspot.com.br/</a></span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;">Júlio Miraguaia - <a href="https://outrapautablog.wordpress.com/" style="color: #990000; text-decoration: none;">https://outrapautablog.wordpress.com/</a></span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;">Teatro Cláudio Barradas - <a href="http://teatrobarradas.blogspot.com.br/" style="color: #990000; text-decoration: none;">http://teatrobarradas.blogspot.com.br/</a></span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;">Tiago Júlio - <a href="http://va-go.blogspot.com.br/" style="color: #990000; text-decoration: none;">http://va-go.blogspot.com.br/</a></span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;">Rhuanne Pereira - <a href="http://www.rhuanytta.com/" style="color: #990000; text-decoration: none;">http://www.rhuanytta.com/</a></span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;">Marcus Benedito - <a href="http://alemdafrase.blogspot.com.br/" style="color: #990000; text-decoration: none;">http://alemdafrase.blogspot.com.br/</a></span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;">Adriano Abbade - <a href="https://nadadorentrepalavras.wordpress.com/" style="color: #990000; text-decoration: none;">https://nadadorentrepalavras.wordpress.com/</a></span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;">Blog Psicodélica Imaginária ¬- <a href="http://psicodeliaimaginaria.blogspot.com.br/" style="color: #990000; text-decoration: none;">http://psicodeliaimaginaria.blogspot.com.br/</a></span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;">Instituto de Ciência das Artes/ICA/UFPA - <a href="http://www.ica.ufpa.br/" style="color: #990000; text-decoration: none;">http://www.ica.ufpa.br/</a></span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;">Arthur Ribeiro - <a href="https://oteatrocomoelee.wordpress.com/" style="color: #990000; text-decoration: none;">https://oteatrocomoelee.wordpress.com/</a></span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;">Raynéia Machado - <a href="https://quaseheroina.wordpress.com/" style="color: #990000; text-decoration: none;">https://quaseheroina.wordpress.com/</a></span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif;">Douglas Cirqueira - <a href="http://douglascirqueira.wix.com/" style="color: #990000; text-decoration: none;">http://douglascirqueira.wix.com/</a></span><br />
<br /></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 20pt;">
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 23.1px;">
<span style="line-height: 23.1px;">As viagens, a vida universitária, as pesquisas e desbravamento dos dias, aos amores que davam a real importância de viver o ciclo acadêmico. A ação, a modificação dos dias, a mudança por passos lentos, ao espaço visto da janela, aos cantos, a vida acadêmica e expressões de conhecimentos, aos professores que toparam a proposta da pesquisa, ao destino que se segue agora, a revolução da arte, da vida, ao esgotamento da mente, corpo, liberdade do ser, a catarse, a tudo isso aqui agora. </span></div>
<div style="font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 23.1px;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
>>><a href="http://construcaoteatral.blogspot.com.br/2016/04/resumo.html" style="color: #990000; font-family: 'times new roman', times, freeserif, serif; font-size: 15.4px; line-height: 23.1px; text-decoration: none; text-indent: 26.6667px;">Continuar lendo</a><span style="font-family: "times new roman" , "times" , "freeserif" , serif; font-size: 15.4px; line-height: 23.1px; text-indent: 26.6667px;"><<<</span></div>
</div>
</div>
</div>
delianne limahttp://www.blogger.com/profile/13891253176925196845noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-39133368827770166782015-02-06T13:27:00.002-08:002015-10-06T21:26:17.800-07:00Mosquito<br />
Enquanto Cecília digitava uns mil e quatrocentos toques para aquela pauta chata de quarta-feira, ouviu aquele "zum" perturbador. Era aquele zunido em branco, invisível, mas que nunca passava despercebido.<br />
<br />
Pssssss.<br />
Zummmmmm.<br />
Clap!<br />
<br />
Não morreu. Mosquito safado.<br />
<br />
Aquela dor pequena e insuportável chegava a ser angustiante. A alergia não ajudava. De repente vinha a coceira. A perna direita cheia de marcas vermelhas e avantajadas. Não sabia o porquê da obsessão pela perna direita!<br />
<br />
Teve uma revelação absurdamente inteligente: "por que não uso o repelente?". Cecília correu e alcançou o vidrinho de repelente antes que o mosquito tivesse a ideia de picá-la novamente. Espirrou nos lugares favoritos do vilão e, quando chegou na perna direita, conseguiu enxergar aquele pequeno ponto vindo em direção à ela.<br />
<br />
Lá vinha ele de novo. "Dessa vez eu consigo te ver, safadinho. Vem cá, vem. Vem cáááá"- PAF!<br />
<br />
E lá se foi uma vida de provedor de pequenas angústias e desesperos.delianne limahttp://www.blogger.com/profile/13891253176925196845noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-16631928955094047942015-02-01T19:31:00.002-08:002015-02-01T19:47:28.843-08:00Xícara<span style="background-color: white; color: #505050; font-family: undefined, sans-serif; font-size: xx-small; line-height: 14px;">Por Delianne Lima</span><br />
<span style="background-color: white; color: #505050; font-family: undefined, sans-serif; font-size: xx-small; line-height: 14px;"><br /></span>
É tudo assim, à queima roupa. A angústia sangra à medida em que o coração dá sinal de vida. Batida, batida, batida. Tudo termina em um piscar de olhos. Histórias intermináveis e uma relação profunda de amor e companheirismo pode terminar em um ranger de dentes. Com força.<br />
<br />
Depois de ler aquelas poucas linhas, a garota mal sabia o que pensar. Apenas percebia aquela sensação estranha no estômago. Era o frio. Eram as borboletas. Só que não era paixão, era o susto. A tristeza rondando feito mosca, esperando o momento certo para pousar no prato principal do jantar.<br />
- Posso te ver de novo?<br />
- Não, você é casado. Não me liga mais, estou na casa do macho. Você só queria ver as minhas fotos, eu sei.<br />
- Você é esperta. Ou eu sou óbvio demais.<br />
- É, você é óbvio mesmo.<br />
<br />
E esse era o diálogo da revelação. Palavras bestas, idiotas, mas com um poder de fogo feroz.<br />
<br />
Tábata nem sabia o que fazer. Enquanto Paulo estava na cozinha, ela tentava tatear em busca de alguma reação, alguma forma de entender o que acontecia. Era claro, Paulo havia traído Tábata.<br />
<br />
Xícaras de café não servem de desculpa. Não bastava apenas isso para que ela esquecesse. Nem sabia se deveria esquecer. Nunca esqueceria. Seus pés mal a aguentavam em pé, mas sua vontade de ir embora era maior.<br />
<br />
Saiu. A porta estava aberta.delianne limahttp://www.blogger.com/profile/13891253176925196845noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-87324682584542684052015-01-31T14:03:00.001-08:002015-01-31T14:10:13.608-08:00A Presença de Elefanta BailarinaNinguém entendeu por que ele estava daquele jeito. No fim de tudo, quando voltou para casa e abriu a porta do quarto, ela estava lá: a Elefanta Bailarina. Sentada na cama de casal à sua espera, guardando o seu lugar com carinho. Ele deita porque sabe que não tem outra opção. Fecha os olhos e então a parceira sopra em seu cangote, como um carinho de quem nunca abandona. O lambe com sua língua gigante, quase o engolindo, e então liga o radinho da cabeceira, que está conectado à uma aparelhagem pesada de amplificadores que ocupam todas as paredes. Há também um sofisticado jogo de luz que só é ligado quando ela quer. Ele continua ali, imóvel, de olhos fechados. Ela ergue a tromba e exibe um sorriso de excitação. Ouve-se uma graciosa canção que invade todos os quarteirões:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
O carneirinho se foi</div>
<div style="text-align: center;">
O carneirinho morreu</div>
<div style="text-align: center;">
Que saudades do carneirinho</div>
<div style="text-align: center;">
Ficou sozinho no breu</div>
<br />
O chão vibra com as batidas da música. Ele lá. Os olhos fechados. A Elefanta Bailarina é extravagante e desinibida. Decide começar o seu show. Os holofotes se acendem e ela fica de pé sobre a cama. Apesar do tamanho, os movimentos são de uma precisão ninja. Sapateia, então, no corpo dele. Começa triturando os joelhos, até esmagar a cabeça. Em seguida, rodopia, se equilibrando em uma pata só, na barriga dele. Ele fica sem fôlego. A elefanta bailarina é sutil e graciosa. Ela dá um salto mortal. Seu corpo rodopia no ar, em câmera lenta. Ele pode vê-la, mesmo de olhos fechados. O corpo dela, então, cai sobre o dele como pedra n'água. Os olhos dele querem saltar das órbitas, mas ele precisa mantê-los fechados. Ele sabe que não pode fugir da elefanta bailarina. Se fugir será pior. Certamente será. A música acelera. É frevo. A Elefanta Bailarina pega o seu guarda-chuvinha. Ele está angustiado. Sabe que, no dia seguinte, as pessoas não vão entender. As pessoas não convivem com a Elefanta Bailarina. Samba. O corpo dele é usado como Marquês de Sapucaí. A Elefanta Bailarina é mestre-sala. A Elefanta Bailarina é porta-bandeira. Há um carro alegórico com uma Elefanta Bailarina gigante, cheio de Elefantinhas Bailarinas dançando em volta, com as mamas de fora. Há também a manada de bateria, da qual a Elefanta Bailarina é rainha. O tema do samba-enredo dessa noite é: a Elefanta Bailarina.<br />
<br />
O show dura várias horas. Quatro, cinco, seis, sete, oito. Enquanto isso ele permanece ali. Olhos fechados. Fingindo que vai dormir. Fingindo pra si.<br />
<br />
(<i><span style="font-size: x-small;">Texto escrito pela Elefanta Bailarina, ao som de "Jealous of my boogie" enquanto Haroldo França tentava dormir</span></i>)<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-50397639696338830922015-01-14T16:23:00.004-08:002015-01-14T16:54:33.450-08:00Odonto Lógica<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; color: #505050; font-family: undefined, sans-serif; font-size: xx-small; line-height: 14px;">Por Delianne Lima</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A cor do aparelho iluminava a vista a ponto de ensurdecer a
luz solar. Era claro. Tão claro que Maria Eduarda não suportava ver. Enquanto fugia
daquela claridade absurda, os pensamentos brotavam como brotoejas. “Mas como
não posso enxergar se fui eu que coloquei aço na boca de alguém tão sorridente?”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nunca quis ser dentista. Herdou o consultório e todo o
aparato do pai que orgulhava-se, faceiro, da filha que seguia a sua carreira. “O
que? Maria Eduarda? Ah, essa é uma menina de ouro. Vai ser a melhor dentista dessa
cidade. Quiçá do país!”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A maior fraude.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Maria Eduarda encarava o pai com aquele sorriso fútil e
supérfluo mas não amarelo, pois havia cuidado daqueles dentes com esmero. Quase
que com ódio. Tudo para conseguir a atenção dos pais.<br />
<br />
Seu Admastor Corista
sempre dava os presentes mais específicos. Aparelhos, jogos, brinquedos de
dentista. A menina cresceu com aquela pressão famigerada. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Acabou por ceder.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Pelo menos assim conseguia conquistar a afeição do pai. Ou
pelo menos achava conseguir.</div>
delianne limahttp://www.blogger.com/profile/13891253176925196845noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-66492527857572691052014-11-11T14:13:00.000-08:002015-01-31T14:17:04.093-08:00cerefreioA porta se abriu e ela estava lá. A jóia rara. Seu dedo encostou em algo sujo, onde havia um ser aracnídeo, transmissor de notícias ruins que lhe espetaram a pele e injetaram em si todo o veneno necessário. A casa se refez. O que era escuro passou a ser iluminado. Tinturas Márcia. A energia ruim se dissipou. A porta se abriu e ela estava lá. A jóia rara. O sol se pôs e ele podia fechar os olhos, pois sentia paz. O relógio caiu no chão e quebrou. Os ponteiros voltaram no tempo. Noite feliz. Noite feliz. Os corredores tão altos, tão altos. Escorregando de barriga. Numa viagem, um objeto voador não identificado. A porta se abriu e ela estava lá. Ganhou um pacote de sabonete lá, numa rifa. Foi lá buscar. Pobrezinho, nasceu em Belém. Os sonhos são válvulas de escape. A realidade pode ser bela, mas só tinha um médico. Jóia rara. Pra perto, pra longe, já não tem mais. Um óculos tá numa faixa de seiscentos a mil reais. Todo mundo se irrita com isso. O corpo cai na água. O cloro invade as narinas. O cloro invade os olhos. O cloro invade os poros. O cerebelo. O cerefeio. Meu óculos. Ninguém sai.<br />
(se sair, Deus arranja um jeito de fazer voltar. Se for rebelde, puxa pelo anzol.)Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-75192900831798039922014-10-26T19:17:00.000-07:002015-01-31T14:12:24.560-08:00De volta aos meus afazeresO barulho de chuva sempre foi muito convidativo, então, quando a chuva começou, parei tudo o que estava fazendo e fui até a sala, que fica perto do telhado de metal. As gotas fazem mais barulho lá. Rapidamente, parou de chover e voltei aos meus afazeres. Estava bordando uma toalha com o nome do meu afilhado, Eduardo. A chuva começou de novo. Larguei agulha e linha, me joguei no sofá da sala. Fechei os olhos. O meu objetivo era dormir ao som da chuva. Estava calor. Fui procurar um ventilador. Havia um desocupado no quarto da minha tia, então peguei. Liguei o ventilador na tomada, a chuva parou. Voltei aos meus afazeres. Minha tia chegou e questionou a troca de lugar de seu ventilador. Fui até a sala, tirei o ventilador da tomada, pus de volta em seu quarto. Voltei aos meus afazeres. A chuva voltou. Animada, levantei da cadeira. Alarme falso. Sentei novamente. Voltei aos afazeres. Eduardo é um ótimo rapaz. Desconfio que seja homossexual. Mas ele tem nível superior e até onde se sabe, não se envolveu com drogas, diferente do Paulinho. Minha tia me chamou para ajudá-la na cozinha. Disse que não podia pois estava terminando um presente para o Duzinho. Ela disse que precisava com urgência de ajuda. Levantei, fui até a cozinha. Era drama da velha, só queria ajuda pra descascar as batatas. A chuva voltou. Corri com as batatas para o sofá da sala. Minha tia me levou de volta à cozinha. Comecei a suar. Terminei a batata. A chuva parou. Voltei aos meus afazeres. Escolhi uma toalha azul para não influenciar a sexualidade do rapaz. Depois pensei: Já está tão na cara que elle é veado, porque não dei logo uma rosinha? Seria uma forma de dizer que ele tem o meu apoio. Mas pensando bem, ainda há esperanças, e prefiro que ele não seja homossexual. Fiquei triste, pois ainda não havia conseguido realizar o fetiche de dormir ao som da chuva. Paulinho chegou em casa. Me cumprimentou, passou uns 10 minutos e saiu. Aí começou a chover. Minha tia gritou corre menino, que lá vem toró! E quem correu fui eu, pra deitar no sofá e dormir, mesmo passando calor. Aí percebi que faltava a porta. O menino desparafusou a porta pra vender pros traficantes. Primeiro foram as janelas, agora isso. Mas eu confesso que gostei, porque assim o som da chuva entra com mais força na sala. O telefone tocou. Era o Duzinho. Dizendo que viria nos visitar mais cedo do que o previsto. Corri de volta aos meus afazeres. Só faltava bordar uma letra na toalha. Duzinho chegou em cima do gongo. Entreguei a toalha. Ele logo abriu um sorrisão. Estava escrito: EDUADRO. Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-74264415351439574192014-09-10T14:47:00.001-07:002014-09-10T14:49:17.396-07:00"Gostamos de você"<span style="background-color: white; color: #505050; font-family: undefined, sans-serif; font-size: xx-small; line-height: 14px;">Por Delianne Lima</span><br />
<br />
"Você parece ser uma ótima profissional, gostamos de você. Espere a nossa ligação" - E nunca mais voltaram a trocar palavras.<br />
<br />
Débora já havia se acostumado com isso. Afinal de contas, é assim que funciona o mundo corporativo. Se você não conhecer amigos de fulano de tal, pode esquecer. Débora já havia enviado tantos currículos que já nem se lembrava exatamente de quantos. E seu currículo era particularmente bom, mas pelo visto isso não era o suficiente.<br />
<br />
Com os pés cansados - e a mente mais ainda, Débora chegou em casa. Jogou a bolsa no chão, tirou os sapatos e a jaqueta e sentou no sofá. Pensou. Seu olhar diretamente para o nada. Pensou mais um pouco.<br />
<br />
É hora de viajar.delianne limahttp://www.blogger.com/profile/13891253176925196845noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-46178512683123643332014-09-08T18:05:00.002-07:002014-09-08T18:05:36.424-07:00Minha prima criava um cachorro no quintal da vovó. Apesar de ser cachorro, ele dormia no galinheiro. Seu nome era Pink. Apesar do nome, ele era todo preto. E nós, humaninhos, o ajudávamos a assustar as galinhas. Ali, nos primeiros anos, a vida já me ensinava que felicidade não é coerência.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-79573531574998011792014-09-08T16:58:00.000-07:002015-01-31T14:11:03.530-08:00O cara da televisão mandou toda a audiência chupar um pau de selfie. Mas não era vocêNão procuro envolvimento, me sinto meio solitária mas um vento bom assim no sofá não é nada mal. Pegue o que quiser da geladeira, pois de vez em quando a gente pode desejar o bem pra quem não merece. Ligue o rádio, pois precisamos procurar uma lição de moral nessa vida, ao menos uma, antes de pregar as pestanas. Eu posso ser feliz, eu sei. Você também. Você chora, eu sei. Podemos ser felizes juntos. Você, com essa voz que às vezes ecoa, pois você tem essa mania de falar alto mesmo, por dentro desses corredores todos que são consequências das paredes. Inclusive dessas paredinhas que te guardam aí dentro, com todas essas cores. Como é estar aí dentro? Podemos sair de manhã pra correr um pouco. Ou ver um filme sem ler o trailer. Nem sei pra que servem trailers. Não deveriam existir. Espera! Não, chega aqui mais perto! Quem é você? Será que você é quem eu estou pensando. Talvez você seja só mais um cara bonito, aí dentro. Às vezes eu te vejo aí, todo bonito, nessa roupinha. Outras vezes você está naquelas propagandas estranhas, com aquele sorriso forçado. Eu te conheço. Fico sentada, te observando como quem namora um peixinho dentro do aquário. Isso, cante para mim, cante, posso ouvir sua voz e imaginar como seria bela a nossa vida juntos. De repente tive um deja vú de como seria. Eu poderia falar rimando agora, mas isso dá trabalho e não é orgânico. Não sei como você consegue. Agora eu preciso me limpar, ser transparente e sincera. Deixa eu te tirar daí. Isso. Segura a minha mão. Isso. Agora mais forte. Sinta o calor da minha pele. Tá vendo como fiquei arrepiada? Isso acontece sempre que eu chego perto das suas paredes. É porque é assim que eu me sinto com você. Vem cá, me beija. Eu gosto quando você puxa o meu cabelo assim, de leve, pra trás. Não, com força não. Vem assim, de levinho. Com carinho. Eu gosto dos seus ombros. Eles são firmes e macios. Gosto de te abraçar. No início, quando vi o trailer, não queria te conhecer. Mas você me surpreendeu. Por isso não gosto de trailers. E essa magia que só a televisão proporciona fez os meus olhos todos se esvaziarem vendo você limpar o seu cronômetro. O tempo parou, assim, rapidinho. Mas isso me fez lembrar que eu estava viva. Vem, diz pra mim, diz o que é que você estava fazendo mais cedo? Antes de me encontrar aqui, no meio da rua. Não! Não estamos em casa. Fecha os olhos. Faz de conta que estamos ali, no meio da rua, onde nos conhecemos. Não é mágico? Vou pedir pro DJ tocar aquela música. Quer ver? Ó. E aí? Lembra como foi? Eu estava bem aqui, do lado do coreto, usando aquele vestido branco, lindo, de época. Você passou por mim, assim, descendo daquele cavalo branco, lindo, mas você era mais lindo ainda. Não sei nem que ano era aquilo, mas a película parecia antiga... As retículas mostraram suas mãos acariciando os meus cabelos, e o nosso beijo espantou a lua. Haviam alguns zumbis também. Mas eles eram de outra programação. Aí me deu uma vertigem. "Dê meia volta", você disse. Fui rendida. Acordei sendo cuidada por aquelas camareiras, que me levaram de volta para o estúdio. Quando dei por mim, percebi que eu não te conhecia. Mas não importa. Fazem alguns meses que eu estava morta de saudades. Morta. Então resolvi te chamar, pra terminar o que começou. Não importa o fato de eu não saber quem você é. Só quero as suas cores e sons me matem um pouquinho mais uma vez. Por favor, me abraça. Estou registrando esse momento. Registrando. Te filmando com os meus olhos e te gravando em meus ouvidos, feche os olhos e assista o nosso filme. Assista. Assista.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-19313602576389374932014-09-08T13:02:00.003-07:002014-09-08T13:02:45.784-07:00Tribo dos Córregos<div>
<span style="font-size: x-small;">Por Haroldo França</span></div>
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O velho pajé estava deitado em sua rede. Ele pensava em Potira, sua falecida amada. Em sua cabeça quase não haviam fios de noite. Restava apenas um. Ele sabia que quando a noite desaparecesse totalmente de seus cabelos, sua missão naquela aldeia teria se cumprido. Anoiteceu. Ele levantou-se e foi à beira do lago. Olhou a água e no reflexo viu a manhã. Mergulhou. O inverno tomou conta de suas entranhas. Os fios de cabelo de Potira surgiram das profundezas da lama e acariciaram seu rosto. Eram fios de sol. Tudo se aqueceu. Tudo se iluminou. </div>
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-15887968634405486502014-08-29T22:09:00.001-07:002014-08-29T23:46:51.888-07:00De repente eu me vi<span style="font-size: x-small;">Por Haroldo França</span><br />
<br />
De repente eu me vi. E não foi pelo espelho. Foi pelas frestas da porta de madeira da casa da minha avó, que não visito há tanto tempo. Um vento soprou no meu ouvido me convidando para um mergulho na piscina de plástico que havia nos fundos do quintal, perto da árvore. Eu prendi a respiração, mergulhei, e de repente eu me vi. Levando um tombo de bicicleta que me levaria a aprender o que é ficar com um braço enfaixado por alguns meses. Eu sonhei que visitava o céu e folheava o livro da vida. Eu enfiei um pedacinho de madeira por dentro do gesso, pra aliviar alguma coceira, e de repente eu me vi. Entrando na sala de aula da oitava série B vestindo uma roupa azul cintilante, gargalhando, com um anel dourado no peito, dizendo que iria dominar a Rússia, na minha primeira encenação de teatro na escola. Resolvi me matricular em uma escolinha de teatro, e de repente eu me vi. Tentando organizar pensamentos, traçar planos, desenvolver metodologias, ser alguém. A água daquela piscina de plástico foi se tornando cada vez mais funda, de modo que a imaginação me levou ao fundo do mar, onde encontrei uma ostra. Dentro da ostra havia uma bicicleta. E foi pedalando entre os peixes gigantes que eu me vi. E um deles me engoliu. De repente, eu não me vi mais.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-83895952409940039832014-08-28T21:19:00.002-07:002014-09-10T14:50:34.834-07:00Senhor Armando<span style="background-color: white; color: #505050; font-family: undefined, sans-serif; font-size: xx-small; line-height: 14px;">Por Delianne Lima</span><br />
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Todos os bancos daquela avenida eram cinzentos, sem cor. Até que um dia, resolveram pintá-los. Escolheram verde petróleo. Só que, de cinza, não mudou muita coisa. Sentado em um daqueles bancos, o Senhor Armando passava suas tardes jogando gamão com alguns compatriotas. Naquela terça-feira, o pacote estava pronto: seu antigo boné de algum vereador desconhecido, uma camisa meio desabotoada devido ao calor e, claro, sua garrafa de Cerpa. A cerpinha de cada dia era sua mais fiel companheira.<br />
<br />
Para começar as partidas sacramentais de gamão, alguns de seus amigos que trabalhavam nos arredores sentavam-se nos bancos. Senhor Armando nunca ganhava uma partida sequer, mas se sentia feliz com sua rotina diária.<br />
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Porém, um dia pintaram os bancos de outra cor: vermelho. Essa cor amedrontava o Senhor Armando de uma forma ensurdecedora.<br />
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Nunca mais jogou gamão.delianne limahttp://www.blogger.com/profile/13891253176925196845noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-78441068901707316972014-07-31T20:35:00.001-07:002014-07-31T20:35:17.664-07:00As cidades vivem mais tempo que as pessoas<span style="font-size: x-small;">Por Haroldo França</span><br />
Alzira estava sentada na mesma posição há duas horas. Na TV, algumas letrinhas subindo. Seus braços apoiados nos braços da poltrona. Respiração calma. O final da história foi emocionante. O filme fez Alzira esquecer da vida. O cinema é uma morte transitória. As letrinhas continuaram subindo e Alzira permaneceu imóvel, na tentativa de prolongar um pouquinho mais esse não viver. Alzira mora só, e aos quarenta, seu maior medo é passar o resto de seus dias sem ter para quem cozinhar além de si mesma. Os créditos do filme acabaram e junto com eles a música que a fazia relembrar os melhores momentos daquela obra de arte. Ao lado da TV, a lista de compras do supermercado. Alzira apoiou os cotovelos sobre os joelhos. Passou a mão por entre os cabelos bagunçados. Fechou os olhos. Respirou devagar e profundo. Abriu os olhos. Umedeceu os lábios. Levantou-se.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-28004885642666227822014-04-12T21:18:00.001-07:002014-08-11T13:00:25.279-07:00Mesmice degustativa<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.799999237060547px;">(Por Delianne Lima)</span><br />
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Mesma terra, mesmo lar, mesmo ar, mesmas andanças, mesmo espírito. Sou eu. Esse é o lugar. Essa é a história, a minha história. O meu sorriso, o meu drama. Meu, meu, meu. Possessividade, possessão, possessivo. Pronome possessivo.<br />
<br />
Menina de apartamento. Menina de afogamentos. Menina de menina. Menina de menino. Menina melindrosa de apontamentos. Desapontamentos desapontados. Desnudos, desencarnados. Gritaria fumegante, medo paralisante.<br />
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Neurose.<br />
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Paralisia midiática. Covardia de rua. Medo em transe. Trancafiada em situações hipotéticas. Segura a bolsa, segura o desespero. Segura na mão de Deus e vai. Vai ali na esquina, vai na sombra, vai. Mas vai. Vai sem parar e sempre, mas não devagar. Nunca devagar. Nunca desabar. Vai. Vamos.<br />
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Neurose múltipla. Orgasmática.<br />
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Ê.delianne limahttp://www.blogger.com/profile/13891253176925196845noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-10732100625193291572014-03-26T10:06:00.001-07:002014-03-26T10:06:50.456-07:00Sensos e Sentidos<span style="background-color: white;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.799999237060547px;">(Por Delianne Lima)</span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.799999237060547px;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.799999237060547px;">De sentir falta. Daquele grande e delicado buraco naquele cantinho imperfeito do coração. As faltas, falácias. Pequenas mortes de memórias embebidas de nostalgia. O passado que sempre fala do presente. O presente que sempre fala do passado. Mas e o futuro? Se o presente é esmagado pelo passado, o futuro não se faz presente. E é sempre neste círculo vicioso de falhas nossas que a vida rodopia e flutua pelo ar, nas nossas contações de histórias de vida, tatuagens de momentos.</span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.799999237060547px;"><br /></span></span>
<div style="color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.799999237060547px;">
<span style="background-color: white;">Enquanto as marcas envelhecem, o coração endurece. A bala chega no peito, mas não consegue perfurar a auto-defesa. Carcaças novas e velhas que se travestem de armadura. O coração, cada vez menor, pequeno, se esconde de medo do escuro bem ali, atrás dos escudos gigantescos. A idade aumenta e o medo também. A covardia chega, se instala e começa a fazer parte de tudo, de todas as entranhas. Medo de argumentar, de olhar, sentir, tocar, lembrar. Medo de sentir. Sem sentir.</span><br />
<span style="background-color: white;"><br /></span></div>
<div style="color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.799999237060547px;">
<span style="background-color: white;">Com grandes saltos altos, a realidade grita pela vida e tenta, sem sucesso, salvar o pequeno e amedrontado coração. Cheio de marcas e cicatrizes profundas, não consegue mais enxergar. Delicada, porém voraz, a dama de saltos o resgata com um belo banho de espumas de esperança e leveza. Então, seus pés saem do chão e alçam voo com um largo sorriso no rosto.</span><br />
<span style="background-color: white;"><br /></span></div>
<div style="color: #333333; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20.799999237060547px;">
<span style="background-color: white;">Era outono e uma nova vida surgiu.</span></div>
delianne limahttp://www.blogger.com/profile/13891253176925196845noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-22722923818201316832014-01-02T16:44:00.002-08:002014-01-02T16:45:04.651-08:00#OndeEstaOCupido<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Por Haroldo França</span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;">20 meses morando em São Paulo e minhas pesquisas ainda não averiguaram se o amor aqui de fato existe ou não.</span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;" /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 17px;">Meus estudos revelam que o Cupido já se mudou daqui há tempos, de mala e cuia, pelo fato de não ter conseguido se adaptar à tecnologia dos smartphones.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;" /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 17px;">Em contrapartida, popularizou-se um amor artificial, desenvolvido em plataforma Android, com curto prazo de validade e renovável semanalmente. Porém, apresenta vários "bugs" em seu funcionamento, gerando insatisfação nos usuários e muitas reclamações no PROCON.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;" /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 17px;">Há boatos de que o Cupido, em sua despedida da cidade, teria pichado em um muro que "a vida é muito curta para viver em SP". Também há quem diga que ele foi visto visitando a cidade em feriados prolongados, porém, não há registros.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;" /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 17px;">Prossigo com as investigações.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-31697650746746617082013-09-30T12:01:00.001-07:002013-10-01T22:27:34.650-07:00O tesão e a barata<span style="font-size: x-small;">Por Haroldo França</span><br />
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Meia noite. Estava eu esperando ônibus em uma rua deserta e suja. Além de mim, havia apenas um casal de namorados trocando carícias ardentes, encostados numa parede. Cansado, fui me encostar também. Então, olhei para o casal e vi uma barata robusta, bruta e corpulenta caminhando sobre a BUNDA da mulher. Tranquilona, a barata. Despreocupada. E o rapaz quase botando a mão.<br />
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Na mesma hora me desencostei da parede e me certifiquei de que não havia nenhuma barata em mim. O casal continuou a trocar fluidos calorosos, e fiquei assistindo a barata, libidinosa e otimista, andar pelo corpo da mulher, até passar para o corpo do rapaz. Barata assanhada. Barata atrevida.<br />
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Não satisfeita, nossa amiga voyeur alçou voo e encontrou seu ninho entre as madeixas da pobre moça, enquanto o rapaz tentava por a mão naquela parte do corpo que, ironicamente, é apelidada de barata.<br />
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Naquele momento, eu rezava para que meu ônibus chegasse logo. Não sabia se interrompia o ato para avisar o casal da presença da barata, ou se avisava a pobre barata que aquele casal estava praticando imundícies. Entreguei na mão de Deus.<br />
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Os dois, então, continuaram sua cópula, enquanto nossa amiguinha se cansou daquela falta de dignidade e voltou para sua parede. Meu ônibus apareceu e a vida seguiu seu rumo. Provavelmente, aquele rapaz e aquela moça jamais desconfiarão que um dia fizeram ménage à trois com Dona Baratinha. Apenas desejo que os filhos nasçam com saúde. Os da barata.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5672666979020523112.post-85793752639527446082013-09-29T12:41:00.000-07:002013-09-30T12:27:15.418-07:00Parasita<span style="font-size: x-small;">Por Haroldo França</span><br />
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Bom dia. Meu nome é Haroldo. Sei como se sente. Eu moro no andar de baixo. Eu ouço você tirando o seu lixo. Eu ouço você com os seus namorados. Eu ouço você com você mesmo, também. Eu ouço você dando descarga na privada. Eu ouço você desligando seus pensamentos. Eu desligo os meus, também. Tem momentos, no meio da noite, que a única coisa que eu ouço é você... e... me desculpe a sinceridade, mas... você não soa legal. Sei lá, você não soa certo. Não soa bom. Eu sempre ouço você desligando seus pensamentos, e fica tudo quieto... Tudo tão quieto! Tão calmo, como uma sirene de polícia checando a nossa vizinhança, esperando que alguma lâmina deslize ou que alguma bala se lance para um golpe final, mas nada acontece. Nada! Nada...<br />
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<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12535753812262880342noreply@blogger.com0