quinta-feira, 18 de abril de 2013

Na cama com Terezinha


Existem dias que fogem do comum. Dias nos quais a vida resolve, por um instante, escapar dos protocolos cotidianos para nos presentear com um gole de cerveja. Assim foi quando conheci dona Terezinha, num fim de tarde alaranjado, no bairro da Pedreira, em Belém. Quando ela, pela janela, me convidou para entrar e sentar em sua poltrona improvisada, naquele quartinho, que ficava em cima de um boteco, para bater um papo.

Hoje, provavelmente, ela já não lembra daquele dia, nem de mim, mas de algum modo (o qual não sei explicar) ela tocou em meu coração e deixou uma marca que já dura quatro anos.

De lá pra cá, mudei de cidade e acumulei na garganta a vontade de usar o teatro como meio para falar de algumas coisas que me enlouquecem. Então, lembrei dessa mulher.

Agora, terei a oportunidade de visitá-la novamente. Não a pessoa em si (ainda), mas a marca que ficou - e que trará consigo, por consequência, outras marcas que aqui estão, de outras pessoas e experiências que me atravessaram e que me enlouqueceram.

Poderei, então, abraçá-la, sorrir e dizer que dolorosamente usarei a alma para escrevê-la. Venha, Terezinha! Cative e enlouqueça!

Nenhum comentário: